segunda-feira, dezembro 03, 2007

O Jogo da Cadeira


E eis que passamos toda a vida a tentar encontrar um lugarzinho com o nosso nome no meio de tanta gente. Andamos aos encontrões para avistar a nossa cadeira, antes que alguém se sente propositadamente.
Isto da vida, o que é? Um simples jogo da cadeira. Lugares a menos para a quantidade de traseiros que os querem preencher. Tropeçamos uns nos outros, sentamo-nos no lugar errado sem saber, protestamos por querer uma na primeira fila e gera-se uma salganhada de todo o tamanho. Apesar de estar a falar em sentido metafórico, a parte da salganhada é fácil de visualizar, creio.
Tantas vezes que me sentei ao colo de gente por ainda não me ter encontrado num mar de cadeiras preenchidas até onde a vista alcança. Colos que me alentaram procurar mais uma vez.
Era neste tipo de situações (não especificando) da vida de uma pessoa que dava jeito o rapazinho simpático, sempre de lanterna na mão que, mal olhando para o nosso bilhete, já sabe para onde vamos. Aqui não há!
Não me sinto propriamente perdida, se é que algum dia soube onde estava (assim que pensava saber, fizeram questão de me dar com uma moca na nuca para acordar), mas um pouco desorientada. Sei que há aqui o meu lugar, só não sei por onde começar a procurar. Pelo caminho, vou descansando em lugares ocasionalmente vazios para limpar o suor da testa. Isto parece que não, mas cansa!
Ouço as conversas dos colegas ao meu lado, trocamos números de telemóvel, combinam-se cafés e logo retomo o corredor entre as filas intermináveis.
Se vocês virem a minha cadeira, arranjem forma de me avisar!