Fim de semana
Queima-me a fome de distracção
Como o dobro para a abstracção
Durmo o dobro para a incosnciência
E, muitas vezes, até sonho para a tormenta.
Semeiam matéria e colho apontamentos.
Frenesim do chocalhar de canetas
E restolhar das folhas e micas.
Ajuntamentos de 3 e 4 na faculdade,
Todos debruçados sobre linhas rasuradas
E a expelir fumo freneticamente
Palavra de ordem: contenção
Arrasto as pernas pesadas e tento
Manter acordada a concentração
E manter adormecido o desalento.
Releio um parágrafo 3 vezes,
Rogando pragas aos docentes,
Roo a tampa da caneta,
Oh bem... do que resta!
Trabalhos que se contam muitos
E frequências que se riem de longe.
Encurralam a vontade num qualquer canto
Para aí a fazerem mingar.
E eis que ele se aproxima,
Uma revelação quase sebastianista
Que abranda os dias e as noites:
O fim de semana.
Dois dias que me foram concedidos
Para viver
Finalmente!
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