domingo, maio 21, 2006

Resignação


Puxo de um cigarro. Afasto-me da mesa do costume, sempre recheada dos mesmos alvoroço e agitação. Cada vez mais tenho sentido necessidade de arranjar tempo só para mim.
É já a terceira vez consecutiva que Ele me tira o tapete dos pés, os quais pensava estarem cada vez mais assentes. Em substituição, encosto-me a um muro e deixo-me levitar por todo o tipo de sensações que tenho tido como bloqueadas até então.
Às vezes a pessoa acaba mesmo por se esquecer de aceitar as coisas como elas se apresentam. Teimam-se e prescruta-se e questiona-se e refuta-se e esquiva-se e desmente-se e... e... e... e o facto ou o juízo não deixa de lá estar. É tão mais fácil, talvez um pouco de coragem diga-se, aprender a constatar um facto e aceitá-lo como é, do que correr o meio mundo e raspar com a cabeça pelas paredes para vêr se conseguimos avistar algo mais nítido.
“Conversa académica!” dizem-me. Para além disto me ter soado como uma palmadinha amigável nas costas como quem diz “sim filha, não me venhas com essas conversas, que isso é muito bonito, mas respeita a experiência dos mais velhos”, adianto que é nesta etapa da vida de uma pessoa, aquando teoricamente se aspirariam ideais.
- ‘Qué que ‘tás aí a fazer? Bora pó pé do pessoal!”
(Suspiro).

2 Comments:

Blogger Sophie said...

Ele tira-te o tapete dos pés mas ampara-te sempre a mão... pode-te fazer desequilibrar mas nunca cair...:o)

Beijinho koala!!!

domingo mai. 21, 11:09:00 da tarde  
Blogger Zé Pedro said...

Sim..o tapete sai debaixo dos nossos pés no próximo instante se for preciso.Mas a queda pode não ser tão má ou brusca como podemos,à partida pensar,por isso...tira o teu tempo.O que fôr necessário.
You´ll never walk alone.
Beijos

quarta mai. 24, 01:02:00 da manhã  

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