sexta-feira, janeiro 20, 2006

MIM



Pensamentos acabaram de me atrofiar a concentração. Resignei-me. Não dá para tentar fixar os olhos em palavras sublinhadas a marcador fluorescente, enquanto estou em qualquer outro sítio menos sentada à secretária.
Mais uma das muitas vagas de nevoeiro que me toldam os sentidos. A mesma dormência já conhecida, tão familiar minha que se tornou companheira na luta diária. Só eu e ela. A minha sombra que se incidiu em mim mesma, tapando-me dos raios diurnos que me inebriavam... Tomara eu desistir de tudo isto, largar tudo, mudar o cartão de memória e seguir para além das fronteiras por mim impostas.
É tão estúpido tentarmo-nos cegar a nós próprios! É quando a visão toma a sua maior resolução. Mas tem mesmo de ser!
Engolirmo-nos, trazendo de arrasto tudo o resto adicionado, em virtude de outrém. Vêr alguém sorrir e retribuir o sorriso, mas por dentro só apetecer destruir, mutilar, rasgar a realidade em mil pedaços e incenerar num momento aquilo que levou sete dias a ser construído.
Estarei a ser falsa? Se o estiver a ser é pela simples tentativa de preservar os outros de mim própria. E vejo-me a rir, muitas das vezes, ironicamente de traço sarcástico e vice-versa. E tenho consciência que transparece tudo menos alegria e felicidade espontâneas. Mas é a única maneira de estancar as lágrimas, sempre tão desnecessárias e inutilmente estúpidas e ineptas. A máscara ajuda-me a filtrar não a informação que assimilo, mas a que emano para o exterior. Por mais que queira, já não a consigo tirar. A única vantagem é as afrontas que ainda estarão para chegar que, ao baterem na casca dura, só fazem ricochete, independentemente em quem acertar. E, muito sinceramente, prefiro nem saber. Eu avisei.
É uma das muitas explicações que arranjei para aqueles que muitas vezes me perguntam o Porquê? e o Como?, e eu respondo com o Até quando?.
A Raiva alimenta-me os sonhos e os pesadelos.
Fomenta-me projectos e angústias.
Sedimenta-me o futuro e corrói-me o passado.
Torna-me implacável em actos e auto-destrutiva em pensamentos.
E tudo porquê?
Represento para mim própria. Não porque tenho prazer em fazê-lo, mas para me esquivar às investidas assoladoras e multidireccionais de qualquer coisa que me é desconhecida. E tão grata por isso estou que me apetece distorcer aquilo que me é realmente verdadeiro.
ALGUÉM QUE ME EXPLIQUE A PIADA DE VÊR AS PESSOAS A DAREM COM A CABEÇA NA PAREDE? Sim, porque uma vez que é tão divertido, também me queria rir. E ver se sai verdadeiro!!


Não quero fazer guerra Contigo, mas se eventualmente me preparares mais alguma, juro pelo santo nome que Te foi dado, que não Te vai agradar muito a minha reacção.

Posto isto, aguarda...

1 Comments:

Blogger Be said...

Na minha verdadeira opiniao!? Pah... tu jah não sabes o ke pensas... komo pensas... o ke lutas em pensar e até que ponto consegues e queres pensar... So sabes ke tens raiva em tudo ke pensas... tanta raiva... tanta raiva... tanta raiva! Tanta mascara e excesso de veracidade enganadora até por TI admitida (independentemente da explicação que dás para ela existir)... É vivendo em tamanho maralhal de encenação que O pseudo-ameaçAs a não te falhar? Reconhecerá Ele alguma verdade em ti-relação-proximo? Pede-te Ele que não tenhas as tuas defesas? Que não as uses quando necessário? Que elas acabem por te destruir a ti? Que tenhas que te obrigar a sentir?

Eu em relação a tudo isto so posso voltar a repetir algo que já tinha escrito :

"O que já me criticaram por isso… ao qual respondo que cada vez mais me orgulho de me impor a mim próprio viver em dois mundos paralelos completamente distintos e imiscíveis, faço-o apenas por mera protecção, até eu quando tenho que me dar verdadeiramente assim acontece!
Pergunto a quem o faz por mera devoção, simples mecânica, porquê?"

Na minha humilde opiniao... Passa mais pelas perguntas... "A quem?" e "Quanto?" e “O que?” darei... Pelo menos eu assim procedo. E sinseramente... se queres que te confesse... Ele... a mim... até hoje (se bem que não sei para o que estarei guardado) NUNCA ME FALHOU!

sexta jan. 20, 09:03:00 da tarde  

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