Refúgio
Ouço a sonoridade do piano. Instrumento que me despoleta angústias, notas límpidas arrancadas do fundo da alma. Fluidez sonora solene que me faz render às emoções mais bem escondidas, no baú empoeirado e soldado na abertura, estrangulado por mil correntes de aço, rodeado por sensores de movimento, fechado num cofre de titânio, com código indecifrável, com reconhecimentos de voz e impressão digital. Rodeado por um batalhão de árabes com bombas à cintura e um lança-chamas ao ombro.
A doçura com que a melodia nos acaricia o cérebro e, talvez o âmago de um ser, cria uma sensação de conforto e de desenquadramanento de tudo o que é palpável. É a arte mágica de num segundo nos amansar a ansiedade, e logo num outro espicaçar-nos o desespero, até então adormecido.
Dá-nos o único mundo onde podemos ser verdadeiramente felizes, indicando-nos o canto recôndito e inabitado da nossa essência onde tudo é possivel. Apenas ilusão, na realidade. Um refúgio apelado pelas almas penadas, corpos mutilados que sofrem pela amputação dos seus membros.
Só na música o sangramento estanca e cicatriza.
4 Comments:
Só Me Sai:
LINDO "."
e la m deu hj pa andar por aki a paxear...madinha...sem dúvida ESPECTACULAR ;)
puro encantamento enquanto mãos engenhosas descaem sobre o instrumento..
mas talvez essa breve fuga ao que é verdadeiro componha uma nova motivação para o viver, aproveitando o que nele se passa..
texto muito bom!
ora mais um sobre a musicalidade ....
epah.. axo k andas mas é a jgr kuake a mais lol... ta fixe... simplesmente digo.... descrevest akilo k é o som da inspiraxao.. bjs madinha ptt bem
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