"Sem remédio"
SEM REMÉDIO
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor,
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!...
Florbela Espanca
3 Comments:
Vás para ondes fores e como fores... o que "lhe" antecede... Nao te abandonará!
Muito bonito este poema do "Livro de Mágoas" de Florbela Espanca...é mais um daqueles que reflecte o sofrimento de toda uma vida por ela passada... uma Grande senhora...das minhas eleitas...
Boa escolha...:o)
Bjinhos
Gostei muito deste poema. Há alturas em que me sinto da mesma forma. É o xamado Karma que se agarra a nós e que por muito que nos tentemos não da para fazer com que ele desapareca. É esperar pelo melhor momento, em que tamos na maior das nossas forças e aniquilá-lo de vez.
PS: Sim, tás aprovada! ;P
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