quinta-feira, agosto 17, 2006

Vejo granizo

Só de me imaginar de volta ao quotidiano dá-se-me uma fraqueza na alma, um desalento mas não desespero, e por uma única razão: o meu canto, as minhas coisas, o meu teclado, o meu quadro de cortiça, os meus livros, as minhas tralhas. Tudo isto que, apesar de parecer pouco (e não é), é a única realidade que tenho verdadeiramente como minha. Um pequeno quarto que vale pela cidade inteira, numa casa de precipitação.
Vamos lá dar um empurrãozinho a esta fraca ou quase inexistente vontade. Vitaminar-me de alguma maneira, passando pela semi-resignação de um destino temporário (esperançosamente a curto prazo).
Eu a roer-me por férias infindáveis e a camada mais jovem a definharem-se, igualmente, para pisar finalmente em terreno desconhecido e, decerto, ansiado... Mais uma geração, se assim se puderá dizer, com a sua iminente cambalhota na vida. "Nada muda, tudo se transforma"

Se algum dia desesperei...