terça-feira, abril 29, 2008

Uma tarde irrisória

Estamos todos sentados em conversas cruzadas, a gozar a tarde fabulosa daquele dia. A boa disposição era notória, não estranhando um novo membro, que quase aparecera do nada, que era eu.
Por momentos deixei de seguir a conversa que estava a manter e olhei para ti. Queria-te passar a mão pelo cabelo, ler-te o rosto com os dedos como se o nunca tivesse visto. Queria pegar na tua mão e ver se é tão suave quanto aparenta. Queria puder olhar-te nos olhos por mais de mera fracção de segundo, e segredar-te umas palavras que me têm pesado como o mundo.
Dou por ti a olhar para mim e depressa acordo, regresso à cadeira onde estava inicialmente sentada. Até que ponto sonhar não intoxica a alma?

P.S.: Andei à procura de uma imagem para ilustrar este post, mas não fui capaz de encontrar! É nestas situações que vejo que estou mesmo mal!

terça-feira, abril 08, 2008

Uma Aventura na Loja do CIdadão

Ganhei horror à Loja do CIdadão. Esta consegue reunir todo um leque de coisas que detesto: filas até perder de vista, caras carregadas a cuspirem informações como se estivessem ali por obrigação, papelada até perder de vista, pessoas a ruminarem as suas desgraças e a contá-las para quem queira ouvir, etc, muito etc! Já para não falar nos números das senhas a passarem lentamente, e nas crianças a chorarem desalmadamente, enquanto as mães, desesperadas, tentam sossegá-las.
Um homem, de meia idade, moreno e bastante avantajado na zona da cintura, preenchia um impresso ao meu lado. E, com os óculos na ponta do nariz, pergunta se sabia preencher um campo daquela folha. Disse que não sabia e que o mais acertado seria encaminhar-se a um balcão. E nisto disse-me:
- "Isto é sempre a mesma coisa! Sempre a mesma confusão! Ninguém se entende. Vou trabalhar para o estrangeiro, quando volto ninguém sabe de nada! Cambada de palhaços!"
Sorri: "E só tende para piorar."
- "Isto é uma merda! Só nos querem o dinheiro! Bando de ladrões. Qualquer dia pego numa metrelhadora e rebento com isto tudo". Sorrio ainda mais:
-"Se precisar de ajuda diga!"
- "Não, não obrigado! Eu vou ali ao balcão."

Mas não me estava a referir ao impresso.

terça-feira, abril 01, 2008

A tarde de hoje!


A tarde de hoje? Passei-a com intensidade tal como se daquilo dependesse para me encontrar.