Vi-te e perdi o Norte.
Tentei ignorar a incómoda situação,
E entreter o pensamento.
Mas era mais forte,
E já só sentia a pulsação,
Acelerando.
É impossível não olhar quando passas,
É inevitável não sorrir quando te vejo,
É angustiante regressar a casa
Em cada dia que passa,
Pensando que perdi mais uma oportunidade
De te dirigir uma palavra.
Preciso de te dizer...
Corrói-me a vontade abafada
De me querer aproximar do teu mundo.
De te conhecer por inteiro.
Os teus medos, as tuas hesitações,
Os teus sonhos e as tuas paixões.
Tento fingir descontração - muito mal.
As palavras fervem-me, pois querem sair
E retenho-as estupidamente.
Sinto o meu corpo a contrair
Numa luta interior.
Como é que te irei dizer...?
Procuro por uma brecha,
Uma oportunidade de te falar,
De extravazar um aglomerado de sensações
Que me acompanham há já algum tempo.
Pela minha sanidade mental.
Mas não está fácil...
Até lá, morrerei um pouco todos os dias
Sob a ânsia de te ver passar.
Faz, neste mês, 3 anos que resolvi fazer deste espaço virtual o meu muro das lamentações. Lamentações estas que irão redobrar assim que começar a esfalfar-me numa qualquer empresa daqui a uns meses (Deus queira...).
