quinta-feira, junho 30, 2005

Conversas peculiares


Eu:tax ai?

Prima: tou
Prima: ola

Eu: tax boa?
Eu: vou-t fazer uma pergunta um tanto qto estranha...

Prima: sim.... e tu?

Eu: (faço por isso)

Prima: sim

Eu: o ké k s passa?

Prima: meu Deus..... n sei se é telepatia ou n... mas tava agr a pensar nisto tudo desde o principio...
Prima: e a pensar em xcrever-t uma carta pa tentar esclarecer ctg...

Eu: optimo... então experimenta faze-lo por aki uma vex k se tocou no assunto

Prima: e k tamos assim por coisas pekenas e se calhar ridiculas....
Prima: mt bem...

Eu: eu nem sei kuais são as coisas ridiculas

Prima: o k se passou na altura da queima (altura em k telefonaste) e momento em k tudo começou... ou altura em k notaste k se passava alg coisa

Eu: yah

Prima: foi a altura em k eu enchi com os teus interesses... pois tu Nunca dizias nada, se n quando Prima: isso mogoou..

Eu: hum?
Eu: interesses? nos tinhamos combinado o ano passado k iamos todas a queima.. e k tu so n fxt por causa dos meus anos em alter

Prima: juntando c pekenas coisas, como o ires a mirandela e tares c os teus amigos sem nos ligares nenhum. e n teres vindo aos meus anos pk tinhas uma festa na tua fac.)

Eu:(eu n tinha uma festa... eu trabalhei na festa)

Prima: sim... e por acaso nao reparaste como fui seca ctg ao telefone qnd me falaste em vires na queima?

Eu:(eu disse k ia a mirandela e k depois podiamos tar juntas k bastava k dissessem alguma coisa)(

Prima: pronto rita... isto até podia nem tar assim. se tu na altura do telefonema me perguntasses o k se passava e qual era o problema...
Prima: mas como tu és orgulhosa, fizeste logo guerra, sem se quer tentar compreender o k se passava

Eu: eu n perguntei pk fikei de tal forma parva... pk ha 2 semanas atras antes da keima eu tinha-t perguntado e dissest k sim
Eu: foi mais por isso

Prima: n me lembro...

Eu: n te lembras d eu t ter tlfnd a dixer k estava numa paragem de autocarros e k tinha perdido o autocarro das 5?

Prima: o k se passou foi, k me fartei de todas essas coisas..
Prima: foi nesse telefonema k fui seca!
Prima: n reparaste?

Eu: obvio k reparei
Eu: podias era ter justifikado

Prima: pronto... aí já estava a sentir k tavas simplesmente a ser interesseira...

Eu: n n estava

Prima: porque ao longo destes tempos é o k tens mostrado Rita!

Eu: pk graças a Deus tenho mais amigos no porto
Eu:e so n fui por certos atrofios do meu pai pk sn tinha ido

Prima: ok...

Eu: interesseira n fui... tudo bem k m fecho um bocado e passo grande tempo sem dizer nada... mas toda a vida fui assim... nunca fui de correr pros braços de ninguem
Eu: ate c o pedro foi assim e xegou-m a tlf no meu dia de anos mas isso ja é outra historia

Prima: mas n me refiro só ao facto de te fexares, pq isso eu sei k és..
Prima: mas a certas atitudes... nada correctas...
(
(...)

Prima: como por exemplo, qnd cobinamos trabalhar juntas no algarve
Prima: e k ias comigo...

Eu: n pude sabes bem disso

Prima: tudo bem ficast doente (pelo k disseste)
Prima: mas tive k ser eu a telefonarte a saber a k horas xegavas pq n dizias nada!... os meus pais tb tavam dependentes do teu telefonema p te irem buscar... ou seja.. n podiamos programar nada.. até k telefono e dizes k n vens...

Eu: s bem m lembro... tava pa te tlf qd tu m ligast
Eu: mas n te lembras desses pormenores k as vezes tornam-s cruciais
Eu: e por isso devo um pedido de dsclps)
Eu:apesar do estado fodido em k estava... pk a ines teve de m levar pratikamnt ao colo pa o centro de saude

Prima: ok... eu tb peço por os interpretar mal...

Eu: agora, da proxima vex k eventualmnt vires k estou a ser interesseira ou qq outra coisa k te pareça agradecia k mo dissesses logo
Eu: pk é escusado estares c indirectas e vozes secas k isso n adianta de nada
Eu: ja somos meninas crescidas

Prima: eu digo... alias, arrependi-em de n o ter dito logo

Eu: e s formos por ai tb m arrependo d n to ter perguntado
Eu: mas uma vex k t sentias mal, podias ter dito pk fikei a adivinhar o ké k te passava pela cabeça

Prima: pois..

Eu: agora mandarem msgs no dia d aniversario de alguem a dixer qq coisa do genero "tenta n magoar ninguem a tua volta" ou algo do genero.. pfv
Eu: preferia k n mos tivessem dado
Eu: soou-m a plastico

Prima: n concordo... como magoada k estava, a mensagem foi bem sincera
Prima: lamento k nao a tivesses percebido...

Eu: Eu percebi... mas ou dixias logo o k tinhas ou n começavas c indirectas infantis ainda por cima numa msg de parabens
Eu: imagina-t tu contente com os teus 19, tipo yah n fazes festa, mas estas c os teus irmaos e n sei k, e aguardas por msgs do pessoal... e recebes akilo
Eu: fikas c akela cara de parva e so t apetece tlf a dixer "yah obrigada por t teres lembrado e pelo conselho"

Prima: ok. desculpa....


E foi assim que se passou!! Um acto de consciência... talvez de ambas as partes! Ou a pessoa é directa ou esgotam-se os cartuxos! *
30-06-05

terça-feira, junho 28, 2005

Uma das muitas terças-feiras

Chego a casa apressada. A minha ânsia é de tal forma que é necessário tentar manter-me imóvel para enfiar a chave na porta, mas os músculos já não me respondem. Duas voltas à chave foi suficiente para ouvir o som metálico do canhão a deslizar. Fecho a porta desajeitadamente com o pé (“que estava mais à mão”… reconheço a genialidade da expressão) e atiro os cadernos e os apontamentos para cima do sofá e, com os óculos de sol faço pontaria à última prateleira… – falhei.
Deixo-me cair esbaforida na cama, tentando acalmar os batimentos descompassados do coração. Inspiro fundo e faço um esforço para me levantar num gemido de cansaço depois de uma guerra diplomática com os meus professores… É incrível! Levantei-me às 7h40 para o exame das 9h30 e só saí de lá eram 12h30 e, como se ainda não bastasse não me deram a nota do exame! Enfim, mas isso já é outra história!
Arrasto-me para a cadeira e abro o MSN. Dirijo-me à janela do costume e dou a novidade, ainda que nas entrelinhas, de que só falta falar com a minha mãe para marcar o dia e a hora da ida… e da volta! Já não há mais obstáculos, entraves, barreiras e, a maior de todas, será vencida mais uma vez após uma eternidade psicológica!
Hum… não responde… telemóvel?... estou sem dinheiro (bastante normal para quem já me conhece), MSN da Sapo está a dar erro, conta da Vodafone ‘pró tecto! A minha mãe não está em casa… e agora? Não pode ser impossível mandar uma mensagem!! A não ser que… homepage da Sapo… centro de mensagens… SMS… utilizador… pass………. Enviar!
Encosto-me às costas da cadeira e olho para o infinito. O cansaço, a fome, a ânsia e saudade conseguem fazer com os meus olhos não se fixem em coisa alguma… olhar perdido, sob o transcendental, sob o universo dos arquétipos, da essência (prepara-te Vítor que se avizinha uma matéria muito interessante se optares por Filosofia no teu 12º ano…. Tenho apontamentos bastante completos por isso estou ao seu dispor).
Subo as escadas e lanço um sorriso amarelo à vizinha a pensar para os meus botões o que é que uma mulher, com mais de 50 anos, faz ao sair de casa todas as noites às 4.30 da manhã (isto merece explicação… não amigos, não ando com vizinhas dentro de casa, nós simplesmente ainda não temos uma escada interior - estamos a fazer um duplex -, por isso temos que sair de casa e voltar a entrar para o andar de cima… curioso).
Atravesso o corredor a passo de escuteiro e, atirando as chaves para cima do móvel num baque seco da madeira, vou sossegar o estômago ao mesmo tempo que mando umas bocas à ucraniana (miúda porreira). Já com o prato cheio, sento-me no sofá (ursinho, a parte debaixo do sofá já toca no chão… cada vez melhor), agarro o comando e ponho na SIC Comédia para ver se me engasgo!Rir é, sem dúvida, uma terapia e, o mais engraçado, é que previne doenças cardiovasculares e evita o aparecimento precoce de rugas! Pois bem, tenho uma declaração a fazer: no futuro, problemas de coração e de aparecimento de rugas na casa dos 30… negativo! =)

quarta-feira, junho 22, 2005

Renascer

Renasci das cinzas incandescentes
De uma vida outrora julgada perdida.
Criei uma fenda temporal entre Ontem e Hoje
E prostro-me ao meu único motivo da mudança.

Motivo que em tempos era nada
E que agora é tudo! Só eu e ele…
O resto circundante é secundário.

Nasci de novo, de fôlego revigorado.
Capaz de mover montanhas,
Controlar os quatro ventos
Mudar a trajectória dos planetas…

Depois de tantas batalhas travadas
De tantos cercos e retiradas
Esquemas e estratégias
Encontros e desencontros
Rendemo-nos às evidências.

Trocámos armas por beijos,
Investidas por abraços
Máscaras pela essência ofuscante,
Aparências pela Verdade,
Vago pelo Absoluto!

Sonho com os momentos efémeros
Vivo os sonhos constantes
Perco-me em pensamentos que
Insistem em permanecer diariamente.

Olho, por fim, para uma vida linear
Sem paralelos…
Encontro-me agora, meu amor,
Na margem certa do rio!



Se, eventualmente, pensares que não o mereces mediante as situações pelas quais passaste anteriormente, pensa que é uma segunda oportunidade que Ele te dá para demonstrares o melhor de ti. Quero que saibas que só tenho que agradecer e que, embora nadasse em dúvidas existenciais da nossa condição enquanto seres humanos, torno-me numa crente convicta…

Amo-te!

quinta-feira, junho 09, 2005

"eu" fragmentado

Das raras situações em que tenho hipótese de escrever algum texto, entretanto atingindo um patamar só por si exuberante, a minha caneta permanece estática em cima do caderno. Vejo-me a contar as linhas da folha pautada e enervo-me pela perfeita apatia e incapacidade em que me encontro. Incapacidade em transpor este turbilhão de sensações e gravá-las em papel como sempre fiz. Para além dos demais problemas que insistem em gravitar em torno do meu centro vital, só visiono a demanda em que me encontro.
É neste momento que aclamo pela minha sanidade mental, santos e antepassados e pergunto: O que é isto? Vocês aí em cima que, provavelmente, se devem estar a rir da busca estonteante da Verdade de nós tristes e míseros mortais, digam-me o que é que se passa AQUI em baixo? O que é que se passa AQUI dentro!?
As esferas fundiram-se finalmente e, de repente, toda a minha vida passou a ser moldada desde então. Deixei de ser aquele calhau frio compacto, duro e disforme. É natural, previsível, evidente… dizem alguns! Tudo bem… não devo ser a única pessoa a querer esconder a carne dilacerada por uma batalha entre um “eu” fragmentado! No entanto, calculara que tinha fechado já essa janela para o mundo, onde apenas me regia pelos circuitos eléctricos e por uma impulsividade natural enquanto arma apontada à monotonia. Sim, vivia distante, conformada, passeava pela crosta terrestre como qualquer outro ser humano. Fazia apenas parte de multidões, filas, estatísticas, números, equações, propostas de publicidade, burocracia.
Mais eis uma voz que me chama:
“Tu não és assim, não deixes que te abafem, mostra-te ao mundo o quão diferente és da máquinas deambulantes. Rebela-te contra a doutrina do Homem ocidental, rasga a cortina de ferro criada pela formulação infundada de juízos de valor… não estás sozinha”
O meu coração falha um batimento, cerro os punhos, sinto o sangue a latejar nos meus ouvidos. Inspiro fundo e desço a rua mais confiante do que nunca… pronta para enfrentar mais dia rotulado de “normalíssimo”.